A NATUREZA, A CULTURA E EU: AMBIENTALISMO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Neste texto, André Geraldo Soares, apresenta aspectos da história da ecologia, do ambientalismo e da educação ambiental para defender que a ação ambientalista precisa ser feita em todas as frentes e setores da cultura, tanto coletiva quanto individualmente. Herdeiro da ecologia, ciência que demonstrou o inter-relacionamento de todas as coisas da natureza no decorrer do tempo, o movimento ambientalista carrega uma vocação integradora tanto para a compreensão quanto para a resolução da crise ambiental. Entretanto, a esperada difusão da preocupação ambiental não trouxe consigo essa abordagem, e o ambientalismo adquiriu ares de superficialidade, banalização e, muitas vezes, oportunismo. A problemática ambiental é consequência de uma crise que acompanha a civilização ocidental, e ambas clamam por medidas amplas, contínuas e profundas. Para uma autêntica transformação social, a sociedade precisaria estar disposta a por em questão os seus valores e noções simbólicas como "desenvolvimento", "necessidades" e "felicidade". Um novo mundo que, construído democraticamente, reintegre a dimensão natural na humanidade. Todas as pessoas de todos os setores sociais identificados com o ambientalismo são implicitamente agentes educacionais, com claras conseqüências para a formação da concepção de ambiente -sentido da vida humana no planeta: para a construção de qual mundo estariam contribuindo cada um daqueles que se proclamam ambientalistas? . Um texto introdutório e sem heroísmos teóricos que, sem se furtar de tomar posição, explorando as potencialidades sócio-transformadoras contidas no ambientalismo, convoca para a reflexão sobre o alcance das ações contemporâneas nesse campo.