Sinopse
Na noite de seu aniversário de 7 anos, Pedro, protagonista de 'Reviravolta', ganha um irmão de mesmo nome. Passa a se chamar Pedro Velho - seu irmão, Pedro Novo. O aniversário dos irmãos é também data da morte da mãe dos meninos e de uma irmã, natimorta. Pedro Novo e Pedro Velho, num jogo de espelhos, passam a viver, a partir de então, num tempo próprio, que se expande e dilata, encolhe e se estreita de acordo com as leis de uma física que é científica, mas beira o realismo fantástico do colombiano Gabriel García Márquez. Na casa dos Pedros, perde-se a chave do cadeado da porta, os vizinhos desaparecem e ninguém sente a necessidade de sair para a rua. É sempre noite. A festa junina da noite de 17 de junho de 1962 se repete, sem cessar, com o passar dos anos. E, entretanto, o tempo passa. A narrativa vai e volta e se reencontra como num desenho elíptico de Escher. O narrador desta epopéia elíptica nos conta a história de um futuro muito distante em que novos paradigmas foram criados e seres humanos usam computadores - ou inteligência não-biológica - implantados no cérebro. É o tempo, paralelo ao tempo, dentro do tempo. Um mergulho nesta obra faz o tempo parar.