A PROMOÇÃO PRIVADA DE HABITAÇÃO ECONÔMICA E A ARQUITETURA MODERNA

Esta obra, coordenada pela professora Maria Ruth Amaral de Sampaio, é uma bela demonstração de empenho inquisitivo na definição do quadro habitacional brasileiro, sobretudo da face paulistana. O livro, por intermédio de levantamento documental e análise da produção da habitação econômica, coletiva, promovida pela iniciativa privada, busca resgatar em que medida os princípios do movimento moderno estiveram presentes nessa produção e identificar as transformações que ocorreram na produção habitacional do período e seus principais agentes: autores dos projetos dos edifícios e empresas construtoras. O volume conta com cinco artigos. O primeiro procura entender o significado do termo "habitação econômica" na época e mostrar o debate entre a ação do poder público e da iniciativa privada no setor de habitação popular no período estudado, isto é, 1930-1964. O segundo artigo analisa a produção privada de moradia de 1930 a 1964, classificando-a de acordo com algumas características tipológicas. O terceiro artigo focaliza Recife, Pernambuco, onde a questão da casa econômica é marcada, por um lado, pela procura das condições mais econômicas e rentáveis para os investimentos privados e, por outro, por ênfase no barateamento da construção por meio da produção em série. O quarto artigo enfatiza a importância de analisar um conjunto de obras destinadas à moradia em uma nova avenida da cidade de São Paulo, a avenida Nove de Julho, resultante de uma intervenção urbana projetada. O quinto e último artigo seleciona uma amostra significativa de habitação econômica coletiva. Os levantamentos, que privilegiam as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, analisam exemplos relevantes de edifícios residenciais construídos pela iniciativa privada em que a preocupação com a economia era dominante. Finalmente, a última parte do livro traz biografias de alguns dos arquitetos autores dos projetos da amostra selecionada.