Sinopse
Nascido Alberto Pincherle, em 1907, de uma família burguesa, o escritor italiano trocou o nome para Alberto Moravia por medo das perseguições anti-semitas mussolinianas durante a Segunda Guerra. Sob este nome escreveu 40 livros, traduzidos para 35 idiomas, e sob este nome igualmente deixou uma vida quase épica, onde foi testemunha consciente das inúmeras transformações de nosso século. Intérprete da elite cultural italiana e européia, Moravia foi um dos mais importantes personagens do seu tempo e deixou nessa entrevista concedida a Alain Elkann mais que uma biografia: uma autobiografia que é um compacto painel do século XX. Elkann pergunta, em ordem cronológica, sobre a infância de Moravia, a doença que o manteve preso à cama durante anos, os amigos, os amores, as viagens, o cinema, a literatura... e tudo foi superlativo na vida desse escritor não só de romances, mas de contos, ensaios, peças, reportagens, críticas de cinema e roteiros. "Sou parte do cinema italiano", diz Moravia, que escreveu cerca de dois mil artigos de crítica cinematográfica e teve seus romances adaptados para pelo menos vinte filmes. Amigo de Pasolini, Bertolucci, Rosselini, Moravia também apresenta uma galeria de nomes ligados a muitas áreas e que realmente representam este século, como Sartre, Camus, Fidel Castro, Mao Tse Tung, Tito, Godard, Maria Callas, Norman Mailer, Arafat, Italo Calvino, entre tantos outros. Alain Elkann pergunta e Moravia responde, sem economia de detalhes, com a mesma agudeza de raciocínio e fina sensibilidade que sempre o caracterizou. Estranhamente, Vida de Moravia terminaria mesmo confirmando o clima de testamento - um "testamento intelectual" - que o livro nos passa já nas primeiras páginas. Alberto Moravia morreria pouco depois de receber do editor italiano um exemplar desse livro, no dia 26 de setembro de 1990.