O MENINO QUE SE TRANCOU NA GELADEIRA

Num tempo qualquer de um mundo estranho, nasce um menino que não consegue se comunicar. Criado num universo dividido entre os ricos, os cidadãos da faixa média e os ferrados de vez, o menino não reconhece o seu lugar. Seus pais desistiram dele, na escola sua aparência física é motivo de chacota e a menina de quem ele gosta, o despreza. Tudo é aridez e solidão. O menino não sabe o que fazer e nem para onde ir. Afinal, que função ele deveria ocupar naquela sociedade bizarra? Um lugar onde todos são plugados na rapidez da mídia, sofrem com a lentidão da burocracia, vivem a descartabilidade dos sentimentos e acreditam na fé ´redentora´ das novas igrejas. ´O Menino que se trancou na geladeira´ é uma fábula sobre este estado de coisas onde tentamos sobreviver. Com seu humor ácido, Bonassi constrói um romance-reportagem pontuado pela lógica do absurdo, em que utiliza o caos como elemento narrativo. O mundo retratado por ele é esquizofrênico, a linguagem usada pelas pessoas é dúbia e o seu cotidiano é cheio de sentidos múltiplos. Nada parece ser exatamente como é. A violência é uma regra e o estado de apatia, um fato. Há uma constante pressão rodando os personagens. A pressão da burocracia estatal, da mídia que vende sonhos e esperança e dos poderosos que arrotam suas vaidades. Mas há um menino - que nasce torto e ingênuo - capaz de mudar os rumos desta história.