UMA CRIANÇA SURPREENDENTE

Uma comovente história real sobre dedicação e perseverança, que funciona como uma lição de vida. Assim é Uma criança surpreendente, estréia da educadora Torey Hayden na literatura. A obra, centrada em uma garotinha chamada Sheila, descreve o dia-a-dia de uma turma de crianças com necessidades especiais. Ainda nas primeiras páginas, a autora ressalta que não pretende despertar a piedade nos leitores, mas sim responder aos que perguntam se não é frustrante trabalhar com pessoas mentalmente doentes.Aos 6 anos, Sheila tinha um histórico complicado: abandonada pela mãe e criada por um pai alcoólatra e com passagens pela polícia, ela raptara um vizinho de apenas 3 anos, amarrara o menino a uma árvore e o queimara. Colocada sob custódia, a menina foi encaminhada para a sala de aula de Torey Hayden enquanto aguardava vaga na ala infantil de um hospital público. A adaptação não parecia nada fácil: tanto a nova aluna quanto o resto da turma demonstravam resistência em aceitar a mudança na rotina.A recusa em se comunicar e um comportamento agressivo foram as primeiras reações de Sheila diante das tentativas de Torey de integrá-la ao ambiente da escola. A garota se negava a fazer as tarefas que lhe eram pedidas, fossem didáticas ou recreativas, gritava e tentava fugir ao ser contrariada, era violenta com os professores e colegas. Aos poucos, porém, sua postura foi mudando: ela demonstrou ser ótima em matemática, ter um excelente vocabulário e possuir uma inteligência muito acima da média. Também passou a interagir com o restante da turma. Paralelamente, o relacionamento entre Sheila e Torey foi ficando mais forte. A menina descobriu na professora alguém em quem podia confiar, passando a dividir com ela sua raiva, seus medos e suas dúvidas. O progresso gradual da criança fazia com que a educadora se envolvesse cada vez mais no caso e tivesse ânimo para superar eventuais obstáculos. Mas um problema ainda precisava ser resolvido: no fim do ano, a turma seria desfeita e seus alunos encaminhados para outros colégios. Qual seria a reação de Sheila? Ela conseguiria se adaptar, longe de Torey e em um ambiente diferente? Apesar de sua narrativa clara e emocionante, Uma criança surpreendente não começou como livro. Tratava-se de um relato particular de Torey para lembrar do tempo extraordinário passado ao lado de Sheila, que se revelou uma verdadeira sobrevivente. Somente depois que a história estava completa, a autora pensou em publicá-la. Traduzida para vários idiomas, a obra se tornou um best-seller internacional e já foi adaptada para o teatro e a TV.