FIO

Depois de 25 anos dedicada exclusivamente ao jornalismo e ao dia-a-dia das redações, Mariza Tavares faz, agora, sua estréia na literatura com o livro Fio (Editora Jaboticaba), onde reúne cerca de 80 poemas.A poesia de Mariza Tavares busca uma precisão cirúrgica na descrição de desencontros e angústias de todos os quilates e em todos os campos: dos embates amorosos à iminência da morte. Como analisa o escritor Carlos Heitor Cony na apresentação do livro, são ?pequenos poemas e grandes reflexões sobre a mulher quando se manifesta mulher ? e não como ser humano, nem ovelha nem rebanho, nem mesmo elemento de equação não resolvida. (...) Um fio de memória que forma um novelo macio e morno, embaralhando dentro de si a sensualidade do presente sem exaltação, a ida ao passado sem medo e sem reprovação?.Mais velha de três irmãs, ela vem de uma família de classe média do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. É separada e tem um filho, Bernardo Palatnik, de 22 anos. Desde que se entende por gente, é uma leitora compulsiva ? até porque, como ela mesma diz, ?ler é muito mais prazeroso. Escrever implica trabalho e sofrimento?. Mariza lembra de duas ?revelações literárias? no começo da sua vida: na infância, Monteiro Lobato; na adolescência, Machado de Assis. Entre os contemporâneos, Paul Auster é um dos preferidos.Sobre a sua própria produção, diz: ?A poesia permite um exercício de busca da menor unidade dramática possível. Eu corto, escavo e esquadrinho as palavras até suprimir todos os excessos, todos os penduricalhos que possam desviar a atenção daquele miolo que gerou o poema?.