MEMÓRIA E TEMPORALIDADE: SOBRE O INFANTIL EM PSICANÁLISE

Este livro retoma a temática do infantil inaugurada por Freud. Infantil que não se confunde com o infantilismo comportamental, mas "que é constituído pelas inscrições das vivências da infância nas quais o outro desempenha papel primordial". Sua abordagem, a partir da memória e da temporalidade, destaca a perspectiva do sujeito histórico na psicanálise, apontando suas implicações clínicas e metapsicológicas. Ao abandonar a visão clássica de memória como evocação, o autor mostra-nos como a psicanálise subverte também a concepção de temporalidade inscrita nas entranhas do atual transferencial, abrindo espaço à simbolização. Assim diz o autor: "transformar a relação com o infantil não implica sua eliminação, mas uma reorganização de forças onde o novo pode advir." Muitos conceitos psicanalíticos têm perdido sua especificidade nas últimas décadas. Repensar suas significações à luz de autores contemporâneos e da própria clínica é uma tarefa que hoje se impõe ao psicanalista e da qual o autor oferece-nos seu testemunho.