JASMIM DAS ALMAS

D. Misericórdia, proprietária da Pensão Montebello, é uma mulher de alma sensível e coração generoso. Sua vida, assim como o jardim da pensão, queima-se sob o manto da geada, para depois ressurgir, esplendorosa, nas floradas de setembro. Saulzinho é um adolescente franzino e asmático. Carrega consigo o fardo da infância sofrida, povoada de decepções. Mas, depois da noite escura, sempre chega a luz do dia... Branca e Blandina são irmãs. Enquanto uma é a própria imagem da virtude, a outra é ambiciosa, cruel e diabólica. Então, acontece um incêndio devastador... No colégio, Safira é constantemente humilhada. Gino, aquele rapazinho que se interessa pelas coisas do além, diz que pode dar um fim aos padecimentos de Safira. Contudo, será preciso invocar uma alma penada; será preciso realizar a Conjuração de Osíris, o deus dos mortos... Traído e abandonado pela mulher; Atílio precisa de uma nova chance. Com Irene ao seu lado, ressurge a esperança de que o amor verdadeiro não seja apenas uma utopia. O velho Maestro Candinho, arrebatado por um súbito êxtase de inspiração, senta-se ao piano e compõe uma valsa dolente e misteriosa. Depois, coisas estranhas começam a acontecer... Mariza quer freqüentar as festas dos Nogueira Passos, quer ser aceita e respeitada como esposa do patriarca. Ela odeia viver na fazenda, odeia o marido, odeia aquele cheiro acre que evola pelo quarto luxuoso... O ?quadro do sultão? seria uma pintura amaldiçoada? Aquelas figuras planas teriam, realmente, o poder de desencadear loucura e morte? Surpresas, mistérios, ternuras e delicadezas transitam pelos corredores da Pensão Montebello. Agora é noite. No quintal dos fundos, os ramos do jasmim-laranja recendem o perfume delicado, o aroma que evoca lembranças adormecidas e atrai as almas dos que partiram cedo demais. Quase chegando ao final da escada, diminui a marcha. Antes de pisar no último degrau, parou. Sentiu que alguma coisa estava errada, muito errada. Foi um sentimento tão estranho que a temperatura do seu corpo baixou. A sensação continuava. O que estaria acontecendo com ele, afinal? Sentir-se tão mal, justamente naquela hora? Seus dedos afrouxaram e o estojo caiu. Ele não se abaixou para apanhá-lo. Finalmente percebeu o que estava errado: acabara de ver Blandina sentada no corredor do primeiro andar. E Blandina morrera há dois meses.