HOMBRE

O pistoleiro a quem muitos chamam de Hombre nasceu em uma aldeia mexicana e, durante um ataque de apaches, foi levado para viver junto aos índios. Cresceu como filho adotivo de um dos chefes da tribo até que, tempos depois, foi capturado pelo exército e acabou sendo enviado à civilização branca. Conseguiu trabalho com um americano que deu a ele o nome de John Russell e a oportunidade de freqüentar uma boa escola. Mas, tendo a certeza de que seu verdadeiro lugar era entre os indígenas, aos 16 anos fugiu da cidade e voltou ao campo para se juntar aos apaches. Estava ganhando a vida como domador de cavalos quando recebeu a notícia de que havia herdado alguns lotes de terra. Eis o ponto de partida de Hombre, uma das mais marcantes obras de Elmore Leonard. Ao contrário da maioria dos westerns do autor, sempre narrados em terceira pessoa e a partir de múltiplos pontos de vista, a história de Hombre é contada pelo personagem Carl Allen, um dos cinco passageiros da diligência que o frio e reservado John Russell toma para ir de encontro a suas terras. Aconselhado a esconder suas raízes apaches, Russell se veste com roupas de homem branco e tenta permanecer impassível ao preconceito exposto pelos outros passageiros ? entre eles uma garota que fora recentemente raptada por índios e Dr. Alexander Favor, o corrupto agente da reserva indígena de San Carlos. Porém, quando um grupo de assaltantes aborda a diligência, a verdadeira identidade de Russell é revelada. O que surge a seguir é uma tensa narrativa psicológica onde John Russell, mestiço de índio, mexicano e americano, precisa aprender a lidar tanto com as diferenças existentes no mundo que o cerca quanto com todos os contrastes raciais e culturais presentes em sua própria alma. Ao fim da viagem, Carl Allen finalmente poderá compreender as palavras de seu chefe Henry Mendez: "Olhe bem para Russell. Nunca mais em sua vida você verá outro como ele."