OS MUITOS CAMINHOS DA VIDA

Juliana, uma jovem senhora profundamente religiosa e intimamente relacionada com as tradições culturais, por um lado vive momentos de ansiedade e frustração pela incompreensão das desigualdades da vida, e, por outro, pela impossibilidade de encontrar uma explicação à luz da religião. Desde menina começou a reparar nas diferenças entre as pessoas, algumas logo à nascença e outras que se vão manifestando ao longo da vida. De fatalista na infância, passou, com a idade, a se questionar sobre essas desigualdades, e como não encontrava uma explicação satisfatória, conheceu uma fase de grande revolta e impotência perante a impotência de alterar aquilo a que ela chamava de "injustiças". Não percebia como e onde poderia se enquadrar o Amor e a Misericórdia de Deus perante a constatação de que uns nascem ricos e outros pobres. Uns são muito inteligentes enquanto outros têm dificuldades mentais. Há os que são fortes, atléticos, e há os que nascem com defeitos, aleijões, cegos, mudos, surdos. Existem os que praticamente sem quaisquer doenças, mas outros, em contrapartida, tem doenças e mazelas permanentes..Alguns vivem mais de cem anos, mas há também os que morrem muito jovens, e alguns mesmo recém-nascido, com apenas horas ou alguns dias de vida. Há milionários que ficam na miséria de um segundo para o outro, como há fortunas que se constroem também num piscar de olhos. Ao longo da vida, alguns se dão bem no trabalho e na família, são felizes, mas existem aqueles a quem tudo "sai mal", seja no trabalho, no lar, ou na saúde, como se não fossem filhos do mesmo DEUS. Como entender, por exemplo - perguntava-se ela -, que haja pessoas que só fazem o mal, exploram os outros, vem na opulência, com arrogância, com luxo, e não lhes acontece nada? Mas outros, que fazem o bem, que se preocupam com as pessoas, respeitadores, são os que se vão primeiro? Parece que os bons é que morrem e os maus é que ficam. Como entender a justiça divina?