O FUTURO DA CATEQUESE

A obra foi escrita tendo em vista a situação francesa, bem diferente da brasileira, marcada, como toda a Europa, pelo fenômeno da secularização. Contudo, em virtude da influência da mídia, da ignorância religiosa e da contaminação da religiosidade popular, pode-se dizer que, não só nos meios urbanos, mas até mesmo no ambiente cultural do interior, a catequese deve levar hoje em consideração o impacto de uma cultura global adversa ao desenvolvimento da fé cristã.A abordagem de Villepelet é francamente antropológica. Chama inicialmente atenção para a importância da interioridade, tão em contraste com o clima cultural em que vivemos, mas somente por onde o ser humano pode se encontrar a si mesmo e se desenvolver humana e espiritualmente.Ora, desse ponto de vista a pregação da fé, sobretudo em continuidade com seu perfil dogmático que prevaleceu durante séculos, constitui um verdadeiro desafio, talvez, até, o mais fundamental e ao qual se somam os problemas da pedagogia atual, estranhos à catequese tradicional e o aspecto necessariamente comunitário da iniciação cristã, que se opõe radicalmente ao individualismo de nossa sociedade.Em face dessas inegáveis dificuldades, seria preciso encaminhar no sentido de uma homogeneização dos aspectos objetivo e subjetivo da catequese, muitas vezes considerados como se estivessem na origem de uma diversidade catequética não aceitável. Toda catequese deve hoje, talvez mais do que nunca, desenvolver complementarmente os conteúdos da fé, expressão da verdade de Deus (fides quae), e as disposições subjetivas da fidelidade à Palavra de Deus (fides qua). O autor, para terminar, indica algumas diretivas que se devem seguir na prática catequética em nossos dias.