DIÁRIO DE UM CUCARACHA

Publicado em 1976, "Diário de um Cucaracha" narra a passagem de Henfil pelos Estados Unidos, onde tentou, como grande parte dos latino-americanos, "fazer a América". A obra traz o relato de um choque cultural e a reação do público americano aos seus personagens, classificados como agressivos e ofensivos. A narrativa é feita de forma que leva ao leitor uma certa identificação, não como ser anônimo, mas como um amigo ou conhecido do autor. A princípio, quando Henfil fugiu para os Estados Unidos, seu objetivo era escapar da censura e da repressão da ditadura militar. Cartunista e chargista, considerava que só a partir de Nova Iorque sua mensagem poderia atingir um maior número de pessoas possíveis. Mordaz e carregado de uma melancolia humorística, Henfil descreve em detalhes desde o forte racismo imposto pelos norte-americanos aos imigrantes latinos, até a sua peregrinação pelos hospitais dos EUA em busca de tratamento para sua doença, tudo isso sem saber uma única frase em inglês. Os cucarachas, recebem esse nome por causa das considerações norte-americanas racistas em relação aos negros, diziam que eles "procriam feito baratas", daí veio o apelido.