O LIVRO DO QUEIJO

Os brasileiros pouco a pouco vão sofisticando seus conhecimentos e seus gostos pelos alimentos e bebidas que representam, além de grande variedade de sabores, um rico acervo cultural. Há algum tempo, sabíamos pouco sobre vinhos, e hoje é possível encontrar informação de qualidade e boas opções de compra. Neste caso, todo um processo se desenvolveu de maneira rápida, mas consistente. Agora, sem dúvida, é a vez dos queijos. O Livro do Queijo reúne a contribuição de 20 especialistas, sob a coordenação de Juliet Harbutt, e é um excelente guia para os iniciantes no assunto, mas também traz muitas contribuições mesmo para aqueles que já estão familiarizados com este universo. As informações estão dispostas na forma de verbetes sobre os melhores queijos do mundo, divididos por continentes e países. Na introdução, há informações curiosas sobre a história do produto (que começa em 2.800 a.C.), suas matérias primas, e métodos de fabricação. Um dos alimentos mais nobres, e antigos, o queijo tem como característica sua grande diversidade – cada tipo com personalidade própria. Existem desde os mais fortes e picantes, usados em combinações e aperitivos até aqueles indicados para sobremesas. Como no caso dos vinhos, as regiões produtoras também são importantes indicadores, assim como os métodos de produção. Além é claro, da procedência do leite usado no processo: num país com o maior rebanho comercial bovino do mundo, muitas vezes se esquece que o leite de cabras e ovelhas – muito comuns na Europa – pode ser usado como matéria prima de excelentes queijos. Os verbetes são acompanhados por imagens que permitem perceber as cores e dar uma noção das texturas (além de dar água na boa, claro). Os infográficos ajudam a localização rápida dos dados principais. Alguns queijos ganham destaque em verbetes mais longos, que contam suas histórias curiosas e dão notas de degustação, além de sugerir receitas e acompanhamentos ideais. É o caso, por exemplo, do Manchego DOC, feito nas regiões mais áridas da Espanha, ou do Stilton PDO, do norte frio da Inglaterra. Os franceses, suíços ou escandinavos não podiam faltar, bem como os norte-americanos. E a edição contempla ainda dois mineiríssimos representantes: o queijo minas e o requeijão cremoso, que fazem a alegria dos brasileiros a cada café-da-manhã.