OS BELOS DIAS DE MINHA JUVENTUDE
Ana Novac
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Sinopse
Escritas em 1944, quando a autora, aos quinze anos, foi prisioneira em Auschwitz e Plaszow, as memórias de Ana Novac só viriam a ser publicadas pela primeira vez em 1967. Compostas em forma de diário, como parte da rotina pela sobrevivência, essas anotações carregam, além de um relato incisivo dos seis meses em que foi prisioneira, o feito de ser o único documento autobiográfico produzido em campos de concentração que foi preservado com o fim da guerra.
Sobre isso a autora comenta no prefácio desta edição: se o meu diário for mesmo o único - ao que se sabe - que saiu de um campo de concentração, não deixa de ser assombroso... Em minha opinião, ao contrário do que pretende a lenda, isso dependia unicamente de nós. Como bem antes da nossa chegada já estávamos condenados à câmara de gás, os anfitriões não davam a mínima para as nossas atividades literárias ou quaisquer outras, para as nossas eventuais reflexões sobre o Reich etc..
Para registrar essas memórias no cativeiro, a menina vasculhava lixos e cantos à procura de papel, papelão ou qualquer material em que pudesse escrever. Além de falar dos outros prisioneiros, de sua rotina e dos alemães, parte de seu relato tem um caráter reflexivo que aparece ao tratar das doenças por falta de higiene, do sumiço repentino dos amigos, das agressões físicas e de todo tipo de tortura psicológica que os alemães usavam para humilhar os detentos.
Ana Novac era apenas uma adolescente, mas o que se lê nessas páginas é um retrato maduro de um dos momentos históricos mais sombrios do século XX.