Sinopse
A tese da morte de Deus dominou e ainda domina a filosofia contemporânea depois de Nietszche, a tal ponto que parece que devemos compreender o nosso tempo como o de um luto parodoxal, porque sem fim, e ilimitado, por força de seu objeto infinito. O desencadeamento do mundo, o fim da representação simbólica, a perda do sentido, o fim da religião, o niilismo seriam as consequências desse luto interminável. Mas o nosso tempo também não pode evitar uma questão - é possível superar o niilismo, que às vezes assume a figura de novos deuses, cuja forma extrema conduziu o século XX à catástrofe e à barbárie inauditas? Essa interrogação constitui o horizonte a partir do qual a questão filosófica de Deus é representada aqui. O que ficou do que os filósofos disseram sobre Deus? O que resta de um saber sobre Deus, de um saber sobre aquele que ultrapassa todo o saber? Não haveria aí uma questão exorbitante, uma ilusão que atravessou a história da filosofia até os nossos dias? O modo como os filósofos pensaram Deus pode ainda abrir caminhos na direção da alteridade, da transcendência? O objetivo deste livro é restituir ao leitor a interrogação filosófica sobre Deus em sua diversidade, sua força e suas metamorfoses.