DEPOIS DO GOLPE

Este volume reúne duas narrativas escritas entre 1935, 1936 (O Idílio e A última palavra) e o ensaio Depois do golpe, escrito em 1983. Em O idílio o autor procura abordar o tema do estrangeiro em que se pode ver um (mau) presságio dos tempos ainda por vir dos campos de concentração nazista. O estrangeiro nunca deixa de ser estrangeiro, mesmo que retorne para sua terra natal. Em A última palavra, pretende-se trazer um cenário próximo de um juízo final em que tudo desmoronar, enquanto o personagem-juiz busca pela palavra de ordem, a última palavra, entretanto já extintas. No ensaio Depois do golpe, Blanchot tem o intuito de ir e vir entre suas até então inéditas narrativas para se mostrar como não autor delas (ou como alguém que desconhece quem as escreveu). Além disso, Blanchot visa afirmar que toda narrativa escrita antes ou depois de Auschwitz só pode ser narrativa escrita anterior a Auschwitz.