1964

Enfim, a verdade surge nua: o golpe de 1964 nasceu nos EUAMais do que um relato minucioso, 1964: o golpe é um retrato dos tormentosos anos em que o Brasil debatia a reforma agrária, buscando o futuro em meio às disputas entre esquerda e direita, acirradas pelas paranoias da Guerra Fria.Flávio Tavares testemunhou tudo isso e, como jornalista político em Brasília, conviveu com civis e militares envolvidos nos conluios, tramas e tramoias que desembocaram na derrubada de João Goulart. Acompanhou no Palácio do Planalto os derradeiros momentos do presidente já em fuga. 1964: o golpe reconstrói tudo em minúcias e revela como os Estados Unidos financiaram e apoiaram a conspiração mobilizando até a frota naval pelo Atlântico, na Operação Brother Sam, em apoio aos golpistas. E como depois exigiram do Brasil uma milionária "indenização" pelo deslocamento da esquadra.Os documentos do governo dos Estados Unidos, aqui mencionados ou transcritos na íntegra, mostram como as fantasias do embaixador norte-americano exacerbaram os medos dos conservadores brasileiros e construíram o golpe ao longo de dois anos e meio.Um livro revelador e completo, que desnuda o que se ocultou por meio século.O que foi o golpe de Estado de 1964?Este livro esmiúça a participação do governo dos Estados Unidos no golpe que levou à mais longa ditadura da nossa História e reconstrói a sua gestação. Aqui estão as tramas secretas, os conluios e as tramoias com que a esquerda e a direita disputavam o controle do poder político e econômico, à sombra das pressões de Washington sobre o Brasil e a América Latina, em plena Guerra Fria.Flávio Tavares foi um observador atento de tudo isso. Como jornalista político em Brasília nos anos 1960, acompanhou passo a passo os acertos ou desacertos do governo João Goulart e conviveu com os principais personagens civis e militares da época. No dia 1o de abril de 1964, no Palácio do Planalto, testemunhou os derradeiros momentos do presidente já em fuga e, agora, revela segredos guardados durante meio século. Mais ainda: nos arquivos norte-americanos encontrou os detalhes de como os Estados Unidos apoiaram e financiaram os conspiradores, movidos pela paranoia anticomunista da Guerra Fria.Formado em Direito, professor da Universidade de Brasília, FLÁVIO FREITAS HAILLIOT TAVARES (RS, 1934) dedicou-se ao jornalismo. Colunista político em Brasília, nos anos 1960, do jornal Última Hora do Rio, São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. Na ditadura, foi preso e banido do Brasil em 1969. Exilado no México, foi redator do Excelsior, depois correspondente desse jornal e de O Estado de S.Paulo em Buenos Aires e em Lisboa. À volta do exílio, foi editorialista do Estadão e correspondente da Folha de S.Paulo na Argentina. Hoje, é articulista dominical da Zero Hora, de Porto Alegre.É autor de Memórias do esquecimento (Prêmio Jabuti 2000), qualificado de "magistral" pelo Prêmio Nobel José Saramago; O dia em que Getúlio matou Allende (Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte 2004; Prêmio Jabuti 2005); 1961: o golpe derrotado (Prêmio Livro do Ano, da Associação Gaúcha de Escritores 2013; e Meus 13 dias com Che Guevara (2013).