MELHORES POEMAS

Nascido em Belmonte, sul do estado, Sosígenes Marinho da Costa sempre usou como pano de fundo sua infância na cidade natal para escrever seus textos e poemas memorialistas. Aos 25 anos, mudou-se para Ilhéus, onde produziu a maior parte de sua obra, além de ter sido professor primário, telegrafista, escriturário e secretário da Associação Comercial. Estreou na imprensa em 1928, tendo colaborado no jornal Diário da Tarde e esporadicamente em periódicos de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Mas, embora seus primeiros escritos datem dos anos 1920, somente em 1959 foi publicado seu livro Obra poética, que recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia, em São Paulo, e também o Prêmio Paula Brito, no Rio de Janeiro. Para o professor Aleilton Fonseca, o destaque que Sosígenes Costa merece no cenário da poesia brasileira no século XX dá-se em virtude da linguagem de transição que o poeta estabelece entre a criação de imagens líricas da paisagem local, manifestando tons parnasianos e simbolistas, e de signos pouco usuais que revelam a captação do mundo através do olhar. O poeta e ensaísta José Paulo Paes, grande entusiasta da produção literária de Sosígenes Costa, quando editor da editora Cultrix, foi o responsável pela segunda edição de sua Obra poética, em 1978, e, no ano seguinte, pela publicação do inédito Iararana, que havia sido escrito entre 1932 e 1933. Paes chegou a dizer que, depois de Castro Alves, Sosígenes Costa era o maior poeta baiano. “É curioso que a obra poética desse autor tenha arrebatado prê-mios e elogios, além de ser resgatada por um escritor de peso como José Paulo Paes, e ainda assim continuar desconhecida da maioria do público leitor de poesia, inclusive da chamada leitura especializada. Entre a recu-peração efetuada por Paes e os estudos atuais sobre o poeta, houve um longo período de silêncio em torno de sua obra, somente interrompido na década de 1990, com o livro Sosígenes Costa. O poeta grego da Bahia, de Gerana Damulakis, autora que, como José Paulo Paes, é referência para todo leitor que pretende aprofundar-se no conhecimento da poética de Sosígenes Costa”, diz a professora Jane de Paula Malafaia, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em artigo publicado na revista de estudos literários Terra Roxa e Outras Terras, sob o título “A poesia de Sosígenes Costa: o trajeto de uma obra esquecida”.