Sinopse
Lancio é um filósofo desencantado com a sociedade brasi¬leira. Vê com pessimismo os dias futuros, porque entende que a questão do desenvolvimento tem raízes que avançam para além do precário sistema de ensino do país, mas que está latente na natureza do homem brasileiro, razão que justifica a ausência de grandes nomes do pensamento prático e teó¬rico universal, entre seu povo; assim como as intermináveis ações corruptas e de má conduta, disseminadas por todas as camadas sociais. O filósofo não tem somente um olhar crítico, é um estudioso que, junto às suas reflexões, busca justificação e expõe soluções. Suporta a tese que assim como a herança genética é o veículo de transmissão das caracte¬rísticas físicas e do talento, é também o das representações, processo que se retroalimenta, no sentido que faz o meio e o meio faz o homem sempre o mesmo em sua limitação ou em seu desenvolvimento. Mas, sua preocupação não se limita às coisas domésticas, é universal e sua pupila Alina, uma jovem formada em filosofia, cheia de dúvidas de natureza histórica e existencial, explora, inteligentemente, essas preocupações nos encontros filosofais, para compreender, por exemplo, o que está por trás da metafísica Divina quando o homem se vê obrigado a criar Deus para domesticar os próprios homens, uma regra que se constituiu universal.William é o pai de Alina, um homem de boa cultura e estudioso da ciência dos símbolos. Um encontro entre o filó¬sofo e William leva a um relato inesperado em que Lancio, para explicar a natureza de um determinado símbolo, passa a desvendar “segredos” históricos que envolvem, a um só tempo, a guerra dos judeus contra Roma, a origem do cris¬tianismo e o medieval ciclo do Graal, expondo a tese de que essa é uma tradição judaica intimamente ligada à queda do Reino judeu, particularmente a uma família decisiva naquele conflito, detentora da filosofia que viria a ser a doutrina dos primeiros cristãos. Mas, por trás de cada reflexão, de cada resposta ou teoria que expõe, de cada “segredo” que revela, o objetivo maior está em fazer com que Alina, William e certa¬mente o leitor, pensem, como talvez nunca tenham pensado, para poderem formular perguntas que antes nunca tinham ousado.