ANDRADE MORETTIN: CADERNOS DE ARQUITETURA

No livro Andrade Morettin – Cadernos de Arquitetura, os arquitetos buscam expor o raciocínio por trás dos projetos criados ao longo de quase 20 anos de trabalho, de forma que os leitores possam construir uma crítica embasada sobre a obra do escritório ou mesmo sobre a arquitetura contemporânea de modo geral. “Buscamos assim contribuir para o enriquecimento da cultura arquitetônica para além dos guetos do meio especializado”, explica Marcelo Morettin.A trajetória dos arquitetos foi, segundo Vinicius Andrade, marcada por muitas experiências, tentativas, erros e acertos, até que encontrassem um caminho próprio para a arquitetura que querem propor: “Isso é relativamente novo para nós, que sempre colocamos a pesquisa acima da vontade de estabelecer uma marca. Quando nos demos conta de que tínhamos, finalmente, formulado algo consistente, achamos que era hora de compartilhar”.O livro divide-se em cinco cadernos. O primeiro traz textos críticos e uma exposição dos princípios dos arquitetos, que partem de uma concepção de arquitetura adaptada aos trópicos. Os demais cadernos focam em projetos específicos – a Residência RR, o Edifício Box 298, o Edifício Pop, o IMS (Instituto Moreira Salles) e o Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada). Assim, a obra preserva um espírito de “caderno de anotação”, explicando quase didaticamente como cada projeto foi concebido e executado.Para os arquitetos, os projetos selecionados são aqueles que ilustram melhor a ideia de arquitetura que querem compartilhar. “São projetos que valorizam uma relação delicada como o meio ambiente, caracterizados pela presença da luz, pela leveza, pelo uso de componentes industrializados ou pré-fabricados e, particularmente, inspirados pela arquitetura vernacular do Brasil”, afirma Vinicius Andrade. O primeiro caderno traz um texto escrito pelo arquiteto e designer Edwin Heathcote, crítico de arquitetura e design do jornal inglês Financial Times desde 1999, editor do site Reading Design e autor de mais de 12 livros, além de colaborador de importantes títulos internacionais de design, arte e arquitetura, como Wallpaper, GQ, L’Architecture d’Aujord’hui, Icon e Apollo, seguido por uma entrevista extensa e minuciosa sobre as duas décadas do escritório escrita na sequência por Fernando Serapião, crítico brasileiro de arquitetura e editor da revista Monolito.