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MARCAS E MEMÓRIAS: ALMIR MAVIGNIER E O ATELIÊ DE PINTURA DE ENGENHO DE DENTRO

Lucia Reily
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Sinopse
Periferia do Rio de Janeiro, ano de 1946. Um jovem precisava de um emprego de meio período para dar tempo de trabalhar como artista plástico. Foi contratado como artífice diarista para acalmar doente”, mas não tinha físico para isso. Certo dia, ele viu uma psiquiatra comandando uma festinha do grupo de seção terapêutica. O jovem dirigiu-se a ela e propôs abrir um ateliê de pintura para os internos do hospital.O nome desse jovem: Almir Mavignier. Filho de mãe maranhense e pai paraibano, Mavignier era o caçula de cinco irmãos. Fez desenho vivo e estudou com professores europeus no Brasil. No afã de dar vazão à sua arte, propôs à psiquiatra Nise da Silveira que se montasse um ateliê de pintura no Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro, localizado na periferia do Rio de Janeiro.A psiquiatra gostou da ideia e disse que só não tinha aberto ainda um ateliê por falta de alguém habilitado para tanto – ou de um funcionário que ficasse responsável. No período de 1946 a 1951, os internos de Engenho de Dentro participavam de atividades de arte no ateliê coletivo, orientados por Mavignier. Nos seis anos em que ficou no local, foram produzidos centenas de desenhos, pinturas e modelagens que vieram a compor a coleção do Museu de Imagens do Inconsciente (MII). Em 1951, Mavignier mudou-se para a Europa, onde vive até hoje. A história que prevaleceu dos primórdios do ateliê do Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro foi o relato da psiquiatra Nise da Silveira. Entretanto, todas as histórias merecem ser conhecidas”, explica a professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Lucia Reily, uma das organizadoras do livro Marcas e memórias – Almir Mavignier e o ateliê de pintura de Engenho de Dentro, recém-publicado pela editora Komedi.O livro é resultado do desdobramento da pesquisa A psiquiatra e o artista: Nise da Silveira e Almir Mavignier encontram as imagens do inconsciente” realizada em 2006 por José Otávio Pompeu e Silva, professor do curso de terapia ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na época aluno de pós-graduação do Instituto de (IA) da Unicamp. As professoras da Unicamp Ligia Eluf e Ana Angélica Medeiros Albano perceberam que o material era digno de uma maior investigação. Apresentamos uma proposta ao edital Petrobras Cultural de 2007. A professora Lucia Reily acreditou na ideia e assumiu a escrita e coordenação do projeto, que deu origem ao livro”, explica Pompeu e Silva.A elaboração do livro envolveu um grande número de pessoas nos processos de pesquisa histórica e documental; coleta, transcrição e análise de entrevistas; procura por imagens; seleção, preparação, redação, revisão do manuscrito e tradução – a edição é bilíngue (português-inglês).As entrevistas, por exemplo, foram feitas por cartas, e-mails e ligações telefônicas. Uma aluna que ia para a Alemanha, em 2006, fez uma entrevista de seis horas com Mavignier, que recebeu antecipadamente as questões. Em 2008, durante a abertura de uma exposição do artista no Museu de Arte Contemporânea em Niterói, RJ, Pompeu e Silva teve uma conversa informal com Mavignier, durante horas. Ainda mantenho contato com Mavignier, que vive em Hamburgo e está com 87 anos, recuperando-se de problemas de saúde”, diz Pompeu e Silva.Mais de 120 fotos coloridas e em preto e branco compõem o livro. Cerca de 20 pesquisadores procuram as imagens em acervos ligados ao tema no eixo Rio-São Paulo e fora do país. Algumas das fotografias de Almir Mavignier foram feitas pelo filho dele, Delmar, na Alemanha. As obras do MII foram procuradas uma a uma, para descobrir as que eram do período em que Mavignier foi monitor do ateliê de pintura de Engenho de Dentro.O livro é dividido em cinco capítulos. Além de Lucia, José Otávio e Ana Angélica, professora do Laboratório de Estudos sobre Arte, Corpo e Educação (Laboarte) da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, escrevem também: Maria Heloisa Corrêa de Toledo Ferraz, professora da Escola de Comunicações e da USP; Raquel Amin, professora do curso de artes visuais da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), e Rosa Cristina Maria de Carvalho, doutorando em história da arte no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. O prefácio é do psicanalista João Augusto Frayze-Pereira, professor aposentado do Instituto de Psicologia da USP.O material coletado para o livro deu origem também a uma coleção de DVDs, destinada a centros de pesquisas e museus. Um dos DVDs traz a descrição de todas as obras que ilustram o livro para pessoas com baixa visão ou cegueira. De 1946 a 1961, Nise da Silveria guardou as produções artísticas e artigos de jornais sobre as exposições. Tudo foi digitalizado pelo grupo de pesquisa. Esta é uma das grandes contribuições do projeto, que teve apoio do Ministério da Cultural”, explica Lucia.

Categoria
Editora Komedi
ISBN-13 9788575826614
ISBN 8575826611
Edição 1 / 2012
Idioma Português
Páginas 320
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