OLGA SAVARY (ESTUDOS LITERÁRIO #30)

Olga Savary, nascida em Belém (PA), única filha de Bruno Savary, russo com ascendência francesa, alemã e sueca, e de Célia Nobre de Almeida, paraense de Monte Alegre, de origens indígena e portuguesa, é poeta, contista, crítica, ensaísta, curadora, desenhista, ilustradora, tradutora e jornalista. Não sem razão a Antologia de Poesia da América Latina, editada na Holanda, em 1994, com dezoito poetas (inclusive dois prêmios Nobéis, Neruda e Paz), inclui Olga Savary entre os maiores poetas do continente. Até o momento, já foi agraciada com 39 prêmios nacionais de literatura, entre os quais, quatro da Academia Brasileira de Letras; um da Associação Paulista dos Críticos de Arte; um da União Brasileira de Escritores - São Paulo; cinco da UBE-RJ, dois Jabutis e um Josué Montello para Romance Inédito. Também foi indicada ao Prêmio Machado de Assis para conjunto de obra, pela Academia Brasileira de Letras, em 1997. Em 2007, recebeu o Prêmio Internacional Brasil-América Hispânica de Poesia.A autora conta com a colaboração da própria poeta, que lhe concedeu entrevistas, participou conjuntamente de palestras e debates sobre sua obra, fez anotações em livros e cedeu-lhe material com entrevistas, depoimentos à imprensa nacional e estrangeira. Podemos, assim, conhecer as várias faces dessa poeta criadora, sensível, dona de 'uma poesia singular, de voz própria', como lhe disse, um dia, Carlos Drummond de Andrade.A autora analisa não somente o erotismo, que marcou Savary como a primeira poeta brasileira a escrever um livro inteiro de temática erótica (Magma, 1982), mas também o traço 'patriótico' (Berço Esplêndido, 2001), declaração de amor ao Brasil. Além da poesia, a autora estuda também a prosa savaryana. Em O Olhar Dourado do Abismo (1997), deparamos com um pouco mais da vida da poeta: o que viveu e observou sobre o mundo que a cerca. São histórias contadas, presenciadas ou simplesmente desenvolvidas a partir de frases escutadas ou de notícias de jornal. Neste momento, a autora nos mostra que a poeta explora, com a mesma fluência e clareza de idéias, o terreno da produção em verso e o da escrita em prosa, seja qualquer uma dessas formas utilizada para um relato ou para argumentações de caráter introspectivo. Com linguagem clara e acessível, esta é uma obra para ser lida com a alma, por aqueles que vêm em Savary a poeta habilidosa que escolhe e molda palavras, transformando-as em arte.