SEIVA

"O próprio título anuncia: estamos diante de uma poesia que escorre, sem amarras, no interior de uma alma vigorosa. Aqui não há lugar para o medo nem para a coragem. É a vida pulsando, dizendo sim, exigindo transbordar. Tudo aqui quer alagar, ser alagado. Eis uma poesia que procura os insetos e olfatos da infância e crê em milagres. Mas também é solar e raivosa, não aceita padrões, regras.Não ter certezas alicerça a poesia de Gabrielle. É uma linguagem procurando um lugar para pertencer. "Eu calo para me alimentar", diz a poeta para depois falar das coisas que são suas e do seu mundo, fragmentos diurnos e noturnos, práticas secretas. Há um caminho a percorrer. Gabrielle hasteia suas dúvidas e convida a quem a lê a participar de sua experiência poética. Quem aceitar, saberá mais de sua própria condição humana. Sim, um dos princípios de Seiva é nos levar a outros céus." Marize Castro