MODELAGEM DE SISTEMAS COMPLEXOS PARA POLÍTICAS PÚBLICAS

As diversas políticas públicas, sejam elas educacionais, ambientais, de zoneamento urbano ou de infraestrutura, não são estanques e influenciam umas as outras. Por isso, considerar essas interações, de forma ampla, levando em conta a multiplicidade de setores e escalas, de relações de causa e efeito, é o princípio básico da aplicação da metodologia dos sistemas complexos na análise da atuação governamental. Tendo em vista a complexidade dos processos (políticos e burocráticos) de produção da ação pública, era de se esperar que a ferramenta fosse amplamente adotada no Brasil e no mundo, mas esse não é caso. Os modelos, conceitos e ideias que definem o campo do estudo sobre a complexidade raramente entram nas discussões sobre as políticas. Uma nova publicação do Ipea pretende estabelecer vínculos mais estreitos entre as políticas e o campo dos sistemas complexos, com aplicações para o Brasil. Para tanto, reúne textos de pesquisadores de um grupo variado de instituições internacionais, como Santa Fe Institute, University of Maryland, University of Tokyo, University of Sidney, ETH Zurich, Bielefeld University, Utrecht University, New England Complex Systems Institute, Instituto Politécnico de Lisboa, MITRE Corporation, e também nacionais, como Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo e Ipea. O livro Modelagem de Sistemas Complexos para Políticas Públicas – editado em Português e Inglês – tem, ao todo, 17 capítulos, divididos em três partes: introdução aos conceitos e às ferramentas dos sistemas complexos; definição dos objetos analisados; e, por fim, aplicação efetiva da ferramenta para analisar questões das políticas públicas, especialmente no Brasil.