ESPAÇO INTRA-URBANO NO BRASIL
Flavio Villaca
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Sinopse
A obra é essencialmente um estudo da localização urbana. A localização é apresentada como um grande valor de uso produzido pelas aglomerações, embora não específico delas. Esse valor de uso se caracteriza pelas possibilidades que as diferentes classes sociais apresentam de comandar os deslocamentos intra-urbanos. Revela que o espaço regional é estruturado pelo controle de tempo de deslocamento dos seres humanos enquanto consumidores. No caso intra-urbano, as possibilidades desse controle faz com que as classes sociais disputem as localizações e isso se dá tanto por ocasião da sua produção como de seu consumo. Nasce então a segregação sócio-espacial, como mecanismo necessário ao controle, pela sociedade dominante, pela produção e consumo das localizações, ou seja, ao controle dos tempos de deslocamento dos componentes das diferentes classes sociais. Esse controle se apresenta, então como uma forma de dominação necessária para que haja a apropriação diferenciada das vantagens do espaço. Dentre essas vantagens, o controle dos tempos de deslocamento ou o controle das localizações domina as demais representadas pela infra-estrutura urbana. Isso ocorre porque essa é reproduzível pelo trabalho humano, enquanto aquelas não são. Todas essas idéias são desenvolvidas a partir da análise empírica da formação histórica do espaço infra-urbano de seis metrópoles brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador. Essa análise retrata como a segregação urbana se desenvolveu nessas metrópoles por um período de mais de um século e como ela permitiu que a classe dominante controlasse o processo de produção e consumo das localizações intra-urbanas. Dentre as localizações, especial em destaque é dado à do Centro Principal daquelas metrópoles e às transformações que eles vêm experimentando nas décadas recentes.