Sinopse
Lirismo, amor patético, angústia existencial são as notas que desde o início do século XIX, quando ecoadas por George Büchner, vibram em crescendo nos retalhos de peça que se compuseram num "drama de farrapos" e receberam o nome de seu grotesco e trágico herói: Woyzeck. O trabalho de Fernando convida e olhar com redobrada atenção a releitura por ele feita deste herói: o de trazer a peça ao palco brasileiro contemporâneo com todo seu tenso e angustiado vigor, o de retalhar o texto através da palavra recitada ou cantada, da métrica e da rima, e o de procurar na criação poética do herói a contraface prática de um projeto abraçado também na esfera teórica através de pesquisa de doutorado em teatro musical. Zé, o herói, é ao mesmo tempo um e muitos, e suas falas incisivas contrastam com a verbosidade do Capitão e do Médico aos quais serve. O mundo social por eles representado reproduz e justifica a condição anônima e desgraçada de tantos como Zé.