OFÍCIO DO ALUNO E SENTIDO DO TRABALHO ESCOLAR - IMPORTADO
Philippe Perrenoud
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Sinopse
Atualmente os alunos passaram a ser "aprendizes". Esta centração nas aprendizagens, implicando logicamente uma centração na didática que os organiza, poderá, se a tal não estivermos atentos, a ser a última etapa da denegação do sujeito: se o aprendiz não aprende, se não quer ou não pode aprender, qual a identidade que lhe resta? Identificar o aluno com o aprendiz é impedi-lo de pensar o papel que os adultos lhe atribuem e o modo como o estudante vive esse papel; é esquecer o "ofício" de aluno é consignado às crianças e aos adolescentes como um ofício "estatutário", do mesmo modo que um adulto é mobilizado pelo Estado para se apresentar perante o júri, ou para ingressar no exército. Juridicamente, o trabalho escolar está mais próximo dos trabalhos forçados que de uma profissão livremente escolhida. Uma fração dos alunos faz da necessidade virtude e realiza, sem dificuldade, o seu percurso escolar; outros resistem abertamente e desencadeiam a fúria dos que lhe "querem bem"; outros ainda, fingem aderir às regras do jogo com elas.