DIÁRIO DE UMA GUERRA ESTRANHA

Sartre era um escritor em ascensão quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial. A publicação de A náusea e O muro já lhe garantiam a reputação de autor promissor, quando se juntou ao Exército francês. reúne as anotações e reflexões de um jovem escritor e filósofo durante este período, de menos de um ano, em que Sartre viveu sua experiência militar, no serviço de meteorologia. Ao todo, Sartre escreveu 15 cadernos. Cinco deles foram publicados postumamente, por vontade expressa do próprio autor, na primeira edição de Diário de uma guerra estranha. Os outros cadernos não tinham sido encontrados, supõe-se que muitos deles foram perdidos no decorrer da guerra. Localizado junto a um colecionador, em 1991, o primeiro caderno foi acrescentado a esta nova edição. Para suprir a falta dos demais - ainda não localizados -, foram recuperados resumos das cartas enviadas por Sartre à sua companheira Simone de Beauvoir. Esses complementos estão dispostos na seção Anexos, ao final do livro. Em Diário de uma guerra estranha, Sartre intercala profundas indagações filosóficas - anotações que depois gerariam O Ser e o Nada estão presentes - com os relatos do dia-a-dia de homens em guerra. Jean-Paul Sartre não se limita a seu próprio cotidiano, apresenta também a vida e os temores de seus companheiros de armas. Esta segunda edição é apresentada, estabelecida e anotada por Arlette Elkaïm-Sartre, filha do escritor.