Sinopse
Uma nova perspectiva para o tratamento de um velho problema: o da interpretação semântica dos tempos verbais. Concentrando-se nos tempos do indicativo, a autora identifica a presença de três noções em interação na significação temporal: a própria noção de tempo, a noção de aspecto e a dicotomia "descrição estrutural" vs. "descrição comportamental". Desse modo, ela chega a uma caracterização semântica dos tempos do indicativo completamente diferente das que já foram até agora propostas. No âmbito dessa problemática, algumas questões importantes se colocam de modo especial para o português. A primeira concerne à oposição pontual versus durativo e está ligada à própria classificação paradigmática tradicional dos conceitos traduzidos pelos verbos. Uma segunda questão de relevância se liga à formalização da significação temporal traduzida nos verbos. Considerar o tempo como uma linha sobre a qual estão "localizados" os pontos indicadores de presente, passado e futuro, ou os momentos da fala, do evento ou do sistema de referência, nos leva a um tempo com existência própria, a alguma "coisa" que podemos medir fora dos eventos. Que características lógicas desse tempo são relevantes em uma análise de língua natural, mais especificamente, em uma análise do português?