Sinopse
Mas a que nos referimos, hoje, ao dizer limite? Que questões o limite evoca? E como é possível pronunciar a de uma metáfora que, por sua própria natureza, não tem existência geométrica e jurídica, mas é parte essencial de nós mesmos? Que nome dar áquilo que está em movimento? Difícil deter as perguntas. Sinal de que nossas próprias definições são incertas. Dizer do limite, com efeito, nos ex-põe, inevitavelmente, ao confronto com as inúmeras palavras que o Ocidente forjou para designar os movimentos além de nós mesmos, entre luz e sombra, necessidade e liberdade, normalidade e patologia. Às voltas com seu infindável campo semântico, a linguagem parece indecisa, fugidia, constelada de paradoxos conceituais e lingüísticos. Olimite não é ou o das margens, mas o que as une e as separa. Uma fronteira, não uma simples passagem ou uma linha de fechamento. Antes, ambas as coisas. Uma coisa e outra; juntas. Mas o limite também é corte, separação, individuação, identidde: um caminho entre as margens ocultas e diferentes identidades, e em si mesmas diferentes. (O autor)