Sinopse
Dubito ergo sum, vel quod item est, cogito ergo sum, disse René Descartes, mostrando que pensar é a mesma coisa que duvidar. O ensaio parte dessa sentença para discutir a presença do ceticismo na literatura, entendendo-o constitutivo e essencial. A discussão interessa àqueles que estudam Literatura, Filosofia, História e Comunicação, mas também a todas as pessoas que têm sérias dúvidas sobre o mundo e procuram proteger essas dúvidas. Cabe à ficção proteger a dúvida, levantando a suspeita sobre a realidade ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, intensifica a vida. É dessa proteção que trata o livro de Gustavo Bernardo, relacionando, por exemplo, Philip K. Dick a Carl Sagan, Shakespeare a Michel de Montaigne e Sófocles a Pirro. Tais diálogos o convencem da necessidade antropológica da ficção e da necessidade moral do ceticismo.