Sinopse
Nas mais de mil palestras que a educadora Tânia Zagury fez
pelo país, algumas questões sobre o relacionamento pais-filhos se repetem e são
levantadas praticamente em
todas. Constituem, portanto, dúvidas que permeiam o dia a dia
da família moderna. Com base na convicção de que as incertezas de muitos
indicam problemáticas gerais que não podem ser desprezadas, pelo contrário,
devem ser consideradas, analisadas e vencidas, é que Educar sem culpa: a gênese da ética foi escrito.Seus dezenove capítulos refletem, portanto, questões
recorrentes com as quais os pais se debatem diariamente no afã de conciliar e
atender, simultaneamente e da melhor forma possível, a dois objetivos
aparentemente inconciliáveis: educar os filhos para a cidadania consciente de
um lado e, de outro, contemplar os anseios, características e idiossincrasias
de cada um de seus filhos, dentro da ótica moderna de respeito às diferenças
individuais. A autora, filósofa e mestre em Educação, com experiência de mais
de três décadas na área do ensino, mostra que essa incompatibilidade é falsa. Reflexão
e conscientização são os mecanismos de que lança mão para superar essa
dualidade que desgasta, produz o incômodo sentimento de culpa e impossibilita
aos pais uma vida mais tranquila e feliz.Assim, são aqui discutidos, além de outros, assuntos como ciúme
entre irmãos, a influência da exposição à TV, limites na adolescência, o papel
dos avós e o medo dos pais de não conseguirem criar filhos capazes de encarar
uma sociedade competitiva e injusta.De acordo com Tânia Zagury, os pais precisam compreender e
incorporar a premissa de que seu mais importante objetivo é ensinar princípios éticos,
como honestidade, solidariedade e respeito mútuo, ainda que a sociedade
conspire no sentido de alimentar a ideia de que satisfazer os desejos dos
filhos é a tarefa fundamental.Publicado originalmente em 1993, Educar sem culpa tornou-se um clássico instantâneo, lido por
milhares de pais até hoje. Nele, suas principais angústias são analisadas e
dissecadas, não com o objetivo de apresentar respostas profundas ou acabadas,
mas de forma a conduzir a uma reflexão profunda, fundamentada na ética e na
construção de um espaço democrático na família.É essencialmente e uma última análise a tentativa de
recolocar os pais na posição de construtores da moral e de um sistema de
valores para seus filhos, através de um fio condutor que pretende libertá-los
da angústia e da culpa. Culpa essa que os persegue a partir da década de 1980,
em função da gradual e excessiva valorização que a atual sociedade, consumista
e individualista, vem dando aos aspectos psicológicos em detrimento dos
sociais.