Sinopse
A discussão sobre a insustentabilidade do modo de produção capitalista, em sua fase contemporânea, vem sendo tangenciada, indelevelmente, pela questão ambiental. Trata-se de imbricar, no plano das reflexões acerca do desenvolvimento econômico, político e social, não apenas os aspectos da má distribuição da riqueza, do poder e da eqüidade cultural, mas também aqueles referentes às dimensões biofísicas do processo. Quanto a esse esforço, cada vez mais as explicações econômicas de inspiração neoclássica - que passam ao largo da crítica aos pilares do padrão atual de produção e consumo e, ao contrário, reforçam-no ao supor a suficiência da incorporação de instrumentos de ajuste de mercado às formas de acesso e uso dos recursos naturais - vão cedendo à necessidade de uma compreensão mais substantiva do problema, requerendo olhares mais complexos para abarcar as dimensões essenciais do mesmo. A esse desafio lançaram-se os autores deste livro, dentro de suas respectivas áreas de conhecimento. A proposta não foi buscar a interdisciplinaridade dentro de cada contribuição, mas estabelecer um "diálogo de saberes"; isto é, que sobre um plano comum da crítica ao padrão de desenvolvimento hodierno fossem valorizadas as interpretações e recomendações desde as especialidades, assumindo-se como um dentre vários pontos de vista, não tendo a pretensão de esgotar-se em si mesma.