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TARSO DE CASTRO: 75 KG DE MÚSCULOS E FÚRIA

Tom Cardoso
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Sinopse
Com uma lista de amigos de fazer inveja, Tarso de Castro podia ser visto - no mesmo dia - debatendo com Glauber Rocha no Veloso; cantando baixinho com os bossanovistas no apartamento de Nara Leão; curtindo o desbunde com os tropicalistas nas Dunas da Gal (apesar de detestar praia); discutindo política econômica com Roniquito de Chevalier (e poesia com Carlinhos Oliveira) no Antonio's... Tarso de Castro foi um dos mais polêmicos e debochados jornalistas brasileiros. Passional, brigão e sedutor, valia-se do charme não apenas para conquistar mulheres, mas também chefes austeros como Samuel Wainer, Cláudio Abramo e Octávio Frias. Numa só tacada, por exemplo, conseguiu aumentar as vendas do jornal Zero Hora e arrumar casamento. Como? Estampando na capa do caderno de Cultura, que editava, Bárbara Oppenheimer, uma das mulheres mais bonitas da cidade e, de quebra, bisneta do fundador do Correio do Povo, principal concorrente do ZH. Pouco depois, em 1968, os dois se casaram e partiram de fusca para o Rio de Janeiro, onde Tarso iria começar uma aventura jornalística mais profícua. Tarso, que nas palavras de Otto Lara Resende era o menos convencional dos homens e parecia ter um pacto com a felicidade, foi responsável pelo surgimento do único sopro criativo da imprensa brasileira na virada dos anos 60, O Pasquim. Recrutados praticamente todos em mesas de bar, Jaguar, Sergio Cabral, Ziraldo, Fortuna, Luiz Carlos Maciel, Paulo Francis, Paulo Rangel e Millôr Fernandes fizeram o que seria 'a piada do ano', na previsão furada de Millôr - um jornal feito só por jornalistas, e de humor, em pleno AI-5. 'O Pasquim era a revolução dentro da revolução. Ali se deflagram todos os movimentos. A revolução do jornalismo, a libertação do coloquial, a viabilização do esquerdismo, a libertação do humor e do feminismo, a explosão da contra-cultura, o desatamento do movimento gay. Era a imagem e semelhança de seu criador, Tarso de Castro', compara Tom Cardoso. Mas, assim como sua passagem pela Folha de S. Paulo, Zero Hora e pelos jornais que criou, como O Pasquim e Enfim, sua vida foi agitada mas curta. Durante anos, os amigos tentaram, inutilmente, convencê-lo a parar de beber. Luiz Carlos Maciel o levou ao Alcoólicos Anônimos (AA). Seu argumento para não freqüentar as reuniões foi convincente - 'prefiro a morte ao anonimato'. Palmério Doria pediu que ele parasse ao menos de beber de manhã. A resposta estava na ponta da língua - 'prefiro viver pela metade por uma garrafa de uísque inteira a viver a vida inteira bebendo pela metade'. Na ultima internação, no Hospital das Clínicas, seduziu todas as enfermeiras e as convenceu - sabe-se lá como - de que era importante ele ter duas garrafas de uísque debaixo da cama. Em 1991, morreu vitima de cirrose hepática.

Categoria
Editora Planeta do brasil
ISBN-13 9788576651239
ISBN 8576651238
Edição 1 / 2005
Idioma Português
Páginas 0
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