Sinopse
Uma caravela, uma tormenta, um poeta a caminho das Índias. O século é XVI, mas bastou o vento soprar mais forte para que o mundo virasse de cabeça para baixo e Luís Vaz de Camões viesse parar no Rio de Janeiro, em pleno fim do século XX.
Poeta e carioca honorário, Geraldo Carneiro é o autor dessa façanha temporal. POR MARES NUNCA DANTES é um poema épico-burlesco no qual o autor d`Os Lusíadas narra a sua acidentada visita à 'Terra das vergonhas saradinhas'. No Rio, em vez de índios, Camões tropeça a cada esquina com personagens que mais parecem saídos de um sonho - ou de um pesadelo - office-tupinamboys, strip-teasers, travestis, prostitutas, pais-de- santo, executivos e toda uma sorte de gente completamente estranha ao poeta quinhentista.
Ao longo de 12 cantos, Geraldo vai destilando humor e crítica sobre/a um Rio de Janeiro que está tão longe do bucolismo dos primeiros séculos quanto Camões de freqüentar o cabaré Kalessa. Mas é justamente no famoso inferninho da Praça Mauá que o poeta, na versão de Geraldo Carneiro, se apaixona pela prostituta Aurora Boreal.
O alento chega ao poeta no Real Gabinete Português de Leitura, onde descobre livros de sua autoria, fato que confirma a previsão do Pai Creuzo Caveirinha, segundo o qual ele se tornaria (ou fora) um grande poeta. Mas não há desconcerto em que uma mandinga poderosa não dê jeito, e o babalorixá de Belford Roxo reverte a mágica do tempo e leva Luís Vaz de volta à sua época.