Sinopse
O tema aborda a questão de se descobrir se existe uma estrutura de governança corporativa "melhor" ou "ideal". Vários códigos de governança foram elaborados com este intuito. No Brasil destacam-se os códigos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Este texto investiga se a estrutura de governança corporativa foi relevante para as companhias abertas brasileiras e se as companhias adequadas às recomendações do IBGC e da CVM alcançaram maior valor de mercado, ou melhor desempenho. Três variáveis de governança foram consideradas: (I) separação dos cargos de diretor executivo e presidente do conselho, (II) tamanho do conselho e (III) independência do conselho. Utilizou-se uma regressão múltipla do tipo seção transversal entre as variáveis dependentes de valor e desempenho e as variáveis independentes de governança corporativa. A variável diretor executivo como presidente do conselho apresentou os resultados mais importantes, com forte evidência de que, em media, as empresas que tem pessoas distintas ocupando os cargos de diretor executivo e presidente do conselho são mais valorizadas pelo mercado. A variável tamanho do conselho apresentou uma relação certamente não linear, sugerindo que as empresas com um número intermediário de conselheiros alcançam melhor desempenho. A variável independência do conselho não apresentou relação significativa contra as variáveis de valor e desempenho.