Sinopse
Tornou-se lugar-comum a afirmativa de que vivemos no interior de uma batalha perdida para a força da visualidade, cuja tradução pode ser encontrada no encantamento do game, na rapidez do clip, no imperativo videotecnológico. Mais vale uma imagem do que mil palavras. Ainda que seja óbvia a mudança no sensorium dos jovens, na ativação de novas maneiras de ver, perceber e sentir a experiência humana, este livro entende que é muito cedo para realizar o enterro das palavras. Aliás, muitos dos que afirmam a morte precoce do discurso verbal são dele usuários intensos, dando a conhecer idéias, conceitos e valores através de obras volumosas. Ao indagar sobre as andanças das palavras pelos meios de comunicação, o Autor demonstra como a linguagem verbal continua desempenhando, a despeito do inequívoco poder da imagem e outras variáveis de linguagem permitidas pelas novas tecnologias, papel determinante na relações intersubjetivas, na constituição das sociabilidades, nas manifestações emotivas, nas experiências cognitivas, nos processos que irão resultar na própria construção de muitos dos produtos visuais que nos cercam: televisão, rádio, jornal, internet etc. O livro, marcado por um claro gesto de afeto à palavra, se completa com um verbetário, recurso neológico para designar o levantamento de termos e expressões que são significados, ressignificados ou dessignificados quando postos em circulação pelos media, a exemplo de armas de destruição em massa, blindagem, cueca, cabeça de planilha, mensalão, torpedo, valerioduto, vôo de galinha.