Sinopse
As pessoas dizem que adorariam escrever e publicar livros, mas recuam intimidadas pelo severo olhar dos críticos, que tentam influenciar no estilo e conteúdo do que será criado. A liberdade e irreverência no ato de escrever são dons pertencentes aos autores corajosos. É exatamente isto que notamos e aprendemos ao longo das páginas do Paralelo 30. Escrevendo com um estilo dotado de clareza e simplicidade incomuns, com variedade e riqueza de situações, algumas divertidas, curiosas ou comoventes, e outras que traduzem a indignação geral, Lonise não nos dá descanso, como se lançasse mão do frenesi para capturar e capitular a nossa atenção. A sucessão de episódios descritos é muito rápida, com uma narrativa logo dando margem à outra, numa seqüência de flashes de emoções e atitudes essencialmente humanas, nisto residindo o interesse e beleza do texto. As personagens e situações de Paralelo 30 pouco possuem de fantasioso ou sobrenatural, tão em voga, mas quando têm, isto ocorre na medida exata, preservando o bom senso. Talvez por esta razão, o texto jamais se revele cansativo, pelo contrário, expulsa-nos o cansaço e o enfado, a animação vinda como conseqüência natural.