DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO NA ´REFORMA´ DO ESTADO
Ilse Gomes Silva
(0) votos | (0) comentários
Sinopse
?Este é, sob muitos aspectos, um pequeno grande livro. A autora, quando veio fazer seu doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP, já possuía grande conhecimento teórico e prático acerca de movimentos sociais e partidos políticos, especialmente o que ajudou a criar junto aos trabalhadores de boa parte do Maranhão. Dotada de grande curiosidade intelectual, Ilse Gomes Silva literalmente sorveu o melhor do debate crítico em torno da política contemporânea, no Brasil e no exterior, tirando excelente proveito do estágio em Portugal, sob a orientação segura e estimulante do professor Almerindo Janela Afonso. Fiel à sua trajetória, a autora não teve dificuldade para se integrar a um processo de revitalização da análise crítica, que, impulsionada pelas novas lutas sociais que eclodiam no mundo todo, com destaque para a América Latina, mal havia se iniciado e parece longe de se esgotar. Os tempos imediatamente anteriores tinham sido bicudos. Intelectuais são, em geral, fascinados pelo poder e, já nos primórdios da ofensiva neoliberal, houve um verdadeiro deslocamento tectônico no interior das Ciências Sociais. Nos grandes principais centros acadêmicos, muitos se esqueceram do que tinham escrito e bandearam, às vezes espetacularmente, para o campo conservador. Em sintonia com as políticas de desuniversalização dos direitos, abertura das economias nacionais, em especial nas formações sociais dependentes, ao movimento desenfreado dos grandes capitais especulativos, muito se escreveu sobre as virtudes (e a inexorabilidade) da globalização, do livre mercado, da flexibilidade, do pós-modernismo e da informalidade. Obviamente, todas estas maravilhas implicavam abrir mão de qualquer projeto transformador. O importante era realizar as reformas, entre elas a do Estado. Em um período extremamente difícil para as lutas sociais, este discurso, embora teoricamente pobre, exerceu forte influência no sentido de restringi-las ao mero institucionalismo, cenário de inúmeras derrotas e cemitério de tantas ilusões.