Sinopse
Herbert Marcuse, “filósofo da juventudeâ€?, “filósofo da contestaçãoâ€? nos anos sessenta, é um dos que carrega em si este poder, já que em seu pensamento há uma sempre renovada possibilidade de pensar o não-pensado ainda. E Maria Teresa Campos, neste seu livro, captura e disponibiliza para nós a essência da força deste pensamento. De forma clara, concisa e ao mesmo tempo crítica, com os olhos voltados para o tempo presente, coloca em discussão as idéias que constituíram o eixo central das preocupações de Herbert Marcuse, filósofo alemão da Escola de Frankfurt. Tomando-o como seu interlocutor preferencial, questiona o desenrolar do nosso projeto de modernidade e o seu maior desafio: encontrar hoje linhas de fuga em direção à liberdade, dentro da lógica de uma sociedade totalmente administrada e tendencialmente repressiva. Maria Teresa nos impõe a tarefa de pensar que, no contraponto do empobrecimento da nossa concepção do real, reduzido ao existente pela lógica neoliberal, é necessário, e mesmo crucial, partir desse real vivenciado, olhar para o futuro, medir suas aporias e fecundidade, e, fazendo retroceder os limites do dizível, propor, utopicamente, compromissos com ele. Afinal, ela nos demonstra, em seu livro, que o rastro de um sonho não é nunca menos espesso do que o rastro das pegadas de um caminho já construído.