Sinopse
O presente livro objetiva apresentar uma crítica a respeito de um enfoque próprio de análise da Sociologia sobre o movimento ambientalista brasileiro como um movimento complexo e multissetorial. Esta crítica está dirigida especificamente ao trabalho acadêmico de Eduardo Viola. Para este estudioso do ambientalismo brasileiro, pode-se entender as ações dos verdes através das articulações em rede que estes passam a estabelecer principalmente a partir da década de 80 até nossos dias. Por isso, a descrição científica a respeito dessas articulações como sendo características de um movimento complexo e multissetorial. O livro questiona a caracterização do movimento ambientalista brasileiro como um movimento complexo e multissetorial e discute os riscos de se entendê-lo a partir desta perspectiva. Nas problematizações a respeito do surgimento e continuidade do movimento ambientalista brasileiro, feitas por Viola e, muitas vezes, em co-autoria com outros pesquisadores, o dado de ganho da multissetorialização passa a ser visto como "evolução" do movimento, quando, na verdade, entende-se aqui que isso se trata de um retrocesso. Daí a perda da radicalidade do movimento, principalmente com a absorção do discurso ecológico "competente"pela mídia, empresários e governos.