ÉMILIE, ÉMILIE: A AMBIÇÃO FEMININA NO SÉCULO XVIII

Na França do século XVIII a ambição só é permitida a poucos. Madame du Châtelet e Madame d’Épinay, as duas ‘Émilies’, são ambiciosas. E constituem exceções, já que raro são os momentos em, que não tenha sido chocante associar as palavras “ambiçãoâ€? e “femininaâ€?. A vontade de ir além do que se espera de uma mulher contou com o apoio de homens como Voltaire, mas igualmente com a oposição de Rosseau . Madame du Châtelet, companheira de Voltaire, se interessa pelos conhecimentos científicos, em especial pela física. Publica artigos em revistas especializadas e sua tradução de Newton para o francês era a única disponível até o início do século XX. Madame d’Épinay, amiga de Rosseu, Grimm e Diderot, seduziu-se pelas idéias do meio enciclopedista e adotou seus novos valores: mérito, justiça e humanismo. Escreveu um livro de pedagogia para as mulheres, no qual insurge contra as concepções de Rosseau, que, no “Emílioâ€?, atribui à mulher um papel de submissão ao homem. Em Émilie, Émilie – A Ambição Feminina no Século XVIII, a historiadora Elisabeth Badinter traça um panorama do século das Luzes, de enorme interesse para os estudiosos de filosofia, história ou antropologia. As trajetórias dessas duas femmes savantes são uma preciosa introdução ao mundo intelectual da Ilustração. Além de se impor pela pesquisa minuciosa, este livro pode ser lido como um romance, tal sua fluidez e clareza.