Sinopse
Esta é uma obra que trata de Filosofia da Linguagem, mas também de Filosofia do Conhecimento. Em diálogo com o filho Adeodato, Santo Agostinho começa por questionar a eficácia do acto de ensinar e, de caminho, o papel mediador da linguagem na relação entre mestre e discípulo. Com este exercício, Santo Agostinho distingue entre a pedagogia verbal, modo de ensinar por meio de palavras, da pedagogia ostensiva, modo de ensinar sem palavras, mostrando directamente as coisas, considerando que aquela pressupõe um conhecimento anterior por parte do discípulo e esta depende da actividade inteligente do observador. Daqui conclui que a linguagem não pode ser causa do conhecimento da realidade significada e que aprender não depende do saber do mestre exterior, isto é, aquele que usa a linguagem significante como meio de ensino - depende, sim, da luz do 'Mestre interior', Cristo, que é a origem do conhecimento superior, a própria Verdade. A função do mestre deve ser, pois, despertar o discípulo para o conhecimento interior da verdade.