O DESENCANTAMENTO DA ARTE: A FILOSOFIA DE WALTER BENJAMIN
Rainer Rochlitz
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Sinopse
Walter Benjamin (1892-1940) é autor amplamente lido e reconhecido desde os anos 1950. O autor de Origem do drama barroco alemão, de Passagens, de Rua de mão única e de A obra de arte na era de sua reprodução técnica é um dos raros pensadores que contam ao mesmo tempo na França, Alemanha, Itália, Brasil e até certo ponto nos Estados Unidos. Conseguiu escapar às igrejinhas acadêmicas e sobreviver às modas que, após cinqüenta anos se sucedem na filosofia ocidental. Essa resistência ao tempo se deve à qualidade de seus escritos, à sua biografia excepcional, tragicamente representativa do destino da intelligentsia judaico-alemã do século XX e a um agudo sentido das questões teóricas de sua época, cuja qualidade não foi desmentida depois. Todas essas características concorrem para manter Benjamin um autor plenamente contemporâneo destes primeiros anos do século XXI. Este livro sobre Walter Benjamin prende-se, antes de tudo, às fontes conceituais de seu pensamento. Pretende compreender sua lógica interna e avaliar sua contribuição às disciplinas às quais ele se dedicou: filosofia da linguagem, estética, filosofia da história. O aspecto biográfico passa a segundo plano, tanto quanto o possível no caso de pensador cuja vida suscita tanta paixão quanto sua obra. Filosofia da linguagem e filosofia da história traçam o horizonte de uma filosofia da arte. Para Benjamin, de fato, as obras de arte autênticas - contrariamente ao sistema da razão ocidental - apenas mantiveram, na história, o acesso privilegiado à verdade, que a linguagem perdeu. Por sua vez, a filosofia, para chegar lá, deve consagrar-se à interpretação dessas obras. Revela-se, então, o caráter ético e político da arte, que pretende resgatar, nas obras, os signos históricos da salvação possível.