Sinopse
inaugura um vetor de discussão sobre as relações informais de trabalho na atual dinâmica da acumulação capitalista. Apropriando-se do fenômeno da informalidade, Maria Augusta Tavares, com sua habitual elegância de estilo e rigor teórico-metodológico, demonstra que a partir da década de 1990, com o processo de reestruturação produtiva, as fronteiras entre as relações formais e informais de trabalho são cada vez mais tênues, razão porque as concepções dualistas do binômio trabalho formal e informal perdem seu poder explicativo. Sob a batuta dos processos de terceirização da produção, amplamente utilizados pelas empresas brasileiras, a informalidade se expande seja sob a forma de trabalho por conta própria, seja sob a forma de microempresas, ou mesmo, de trabalho em domicílio, obscurecendo o crescimento do desemprego, a precarização do trabalho, as possibilidades de um trabalho socialmente protegido e politicamente organizado. Ao tempo em que aponta a tendência de crescimento das relações informais de trabalho, a Autora afirma que na ?era da acumulação flexível, o trabalho informal, longe de ser suplementar ou intersticial, tende a ser cada vez mais incorporado pelo núcleo da produção capitalista?. Ao expor a nova organização do trabalho coletivo, pontuando suas determinações e expressões objetivas, este livro presenteia o leitor com a rara oportunidade de conhecer os fios (in)visíveis que conformam as múltiplas e contemporâneas formas de subordinação e subsunção do trabalho ao capital.