CRISE DO SOCIALISMO E MOVIMENTO OPERÁRIO

A crítica ao corporativismo é o fio que une os dois ensaios deste livro. O primeiro estuda o colapso do socialismo real, procurando mostrar o abismo existente entre o projeto marxista de uma nova sociedade e a experiência vivida pelos países do Leste. A tardia tentativa de Gorbatchov de reformar a sociedade esbarrou não só na previsível hostilidade da burocracia, como também na apatia de uma classe operária tenazmente encastelada na defesa de interesses corporativos e alheia aos destinos da História. O segundo ensaio é uma revisão da prática operária no Brasil desde a décade de 30. O corporativismo é então enfocado inicialmente como base de uma ação estatal inspirada no ideário positivista e, depois, como parte integrante da práxis operária em diversos momentos: a atuação do PCB no pré-64, a emergência do PT, a luta dos médicos sanitaristas nas décadas de 70 e 80, a Constituição de 1988 e os seus desdobramentos, a revisão constitucional ora em curso e a esperiência das Câmaras Setoriais.