Sinopse
Foi Jorge Luis Borges quem disse, num prólogo a uma tradução para espanhol de Paul Valéry, que "o conceito de texto definitivo não corresponde senão à religião e ao cansaço". Esse livro parece ser a ilustração da frase borgiana. Uma ilustração que é também uma defesa: antes de mais nada, do trabalho paciente e rigoroso com o texto manuscrito que o leitor vai, aos poucos, percebendo que se limita ao literário ou artístico, mas envolve qualquer forma de criação. Para poder dar contas desse projeto de interpretação o autor estabeleceum diálogo com diversas formas de conhecimento, eliminando as franteiras entre as ciências ditas exatas ou as biomédicas. Assim, num diálogo incessante com a psicanálise, a literatura comparada, as ciências, a filosofia, o autor, com rigor e objetividade, desfaz equivocos ou estabelece distinções num campo tão minado quanto o do estudo do manuscrito.