ANDANÇAS PELA EUROPA: 1927 APONTAMENTOS DE UM PAULISTA CURIOSO

O que José Celso nos proporciona, nestas páginas redigidas com leveza, em estilo quase coloquial, de conversas entre amigos, é uma deliciosa jornada ?de recreio e instrução?, como diriam os antigos, de um moço curioso, observador e perspicaz, que generosamente divide conosco suas impressões de viagem, seus motivos de contentamento e percalços, suas andanças em Paris, Londres, Lisboa, Madri, Bruxelas e uma porção de outras cidades européias que o atraíram e nem sempre lhe agradaram. Com uma franqueza muito à vontade, diz abertamente o que gostou e o que não gostou. Podemos concordar ou não com ele. É um direito que lhe assiste, o de torcer o nariz frente a uma famosa obra de arte ou de embasbacar-se e aplaudir, diante de algo que o encantou, em terra estranha. Setenta e seis anos são passados desde que essas anotações de viajante foram redigidas e, no entanto, guardam um frescor, uma autenticidade, um fascínio que nos envolvem, do começo ao fim. A fim de ajudar o leitor a mergulhar no ?espírito da época?, enquanto lê o livro, há uma dúzia de quadros informativos sobre o mundo e o Brasil daqueles tempos, assim como ilustrações colhidas em publicações de 1927. São fotos, desenhos, capas de revistas, ?posters? e outros materiais selecionados para o leitor sentir e compreender melhor os lugares, as pessoas e os acontecimentos, que, nas suas andanças pela Europa, José Celso gostosamente curtiu, e fez questão de registrar nesta sua prosa simples, cordial, direta, quase como se ele estivesse batendo papo conosco. É uma delícia ler os apontamentos de viagem deste tatuiense, paulista e brasileiro da gema.