Sinopse
Beppe Fenoglio tinha uma preocupação exaustiva com a forma. Escrevia e reescrevia seus romances obsessivamente, deixando-nos perceber que, para além da denúncia do momento histórico, há um culto pela palavra que só os amantes da verdadeira arte conseguem exercer: "Escrevo por uma infinidade de motivos - por vocação, para continuar uma relação que um acontecimento e as convenções da vida tornaram impossível, para justificar os meus dezesseis anos de estudo não coroados por um diploma, por espírito agonístico, para restituir-me sensações passadas. Certamente, não por diversão." A narrativa de "Uma questão pessoal", desenvolvida a partir de dentro da luta da Resistência, tem como centro um triângulo amoroso. Torna-se assim universal, uma que vez que lida com os mais íntimos conflitos da alma humana: a paixão, o ciúme, a morte, o desencanto. A infância e juventude de Fenoglio transcorreram sob o regime totalitarista, que sempre rejeitou. Chamava a atenção dos professores pelo seu amor à literatura e à cultura inglesa e pelo seu desprezo ao fascismo. Lutou obstinadamente contra o abuso do poder. Durante a segunda guerra (como partisan) e após o término desta, sua arma preferida foi a que melhor sabia manejar: a palavra.